Alberobello
A cidade dos trulli!
Alberobello
Depois de saírmos de Polignano a Mare, viajamos pouco menos de 30 km, até chegarmos no nosso próximo destino. Talvez vocês já tenham visto fotos de uma cidadezinha da Itália, repleta de casinhas brancas e cobertas de telhados de pedra em forma de cones.
Então... trata-se de Alberobello e seus enigmáticos trulli (plural de trullo, que em grego significa cúpula). Além de belíssimos cartões postais, eles são considerados, também, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, por causa da sua arquitetura, baseada em técnicas de construções pré-históricas.
De origem milenar, os trulli (o plural é escrito assim mesmo, pois, em italiano, nas palavras masculinas, usa-se "i" em vez de "s"), são habitações primitivas, com uma apresentação externa em forma de um cilindro coberto por um cone.
Não se sabe exatamente a origem dessas construções, embora o nome esteja relacionado a antigos túmulos encontrados na área rural romana. Estima-se que em Alberobello existem, aproximadamente, 1.400 trulli.
Interessente que na construção dos trulli não são utiizada argamassa, madeira ou qualquer outro meio de apoio ou ligação. Eles são construídos somente de pedras.
Segundo a história, no século XVI, os camponeses passaram a ser obrigados pelo conde Guercio di Puglia a construirem suas casas nesse formato e com esse tipo de material, para que, em caso de cobrança de impostos pelo governo de Fernando Aragona, elas fossem destruídas rapidamente (com a retirada da pedra-chave do topo) e, após, reconstruídas.
Talvez o mais enigmático nos trulli sejam os símbolos pintados na frente dos cones. Segundo a tradição, esses misteriosos sinais, alguns de origem pagã e, outros, cristãos, possuem vários significados. A proteção da família do mau olhado e a veneração de alguns deuses propiciatórios para uma boa colheita, seriam os principais.
Infelizmente estes símbolos foram desaparecendo ao longo do tempo, perdendo significado e valor, pois, os habitantes dos trulli não mantiveram viva essa tradição de seus antepassados.
Como a cidadezinha é bem pequena, nós começamos visitando o centro antigo, que é facilmente percorrido a pé. Ele é dividido em duas partes, como se fossem dois bairros: Aia Piccola e Rione Monti.
A Aia Piccola é uma área residencial muito charmosa, de ruas estreitas, com aproximadamente 400 trulli, um ao lado do outro, todos branquinhos, sendo que poucos foram transformados em estabelecimentos comerciais.
Já no outro lado da rua, fica o bairro de Rione Monti, como o próprio nome diz, essa é a parte da cidade que fica no alto do monte e tem, aproximadamente, 1.000 trulli.
É uma área mais comercial onde, diariamente, restaurantes, lojinhas de souvenir ou de artesanatos, abrem suas portas, entre as escadarias, para receber os turistas.
Alguns trulli podem ser visitados, sendo que no interior, é possível vermos mobiliários e decorações da época. Outros, funcionam como museus.
Ainda no bairro Rione Monti encontra-se um dos raros ou, talvez, o único trullo siamês. São dois trulli unidos pela parte superior, cujos cones cobrem duas casas que hoje são separadas, mas, provavelmente no passado, existia área de acesso em comum.
Como a entrada de cada um dos trulli é feita por ruas diferentes, reza a lenda que o motivo da seperação das casas foi porque dois irmãos se apaixonaram pela mesma mullher, mas, como ela havia sido prometida para o mais velho e acabou se casando com o mais novo, o mais velho o expulsou de casa.
No entanto, o jovem além de não concordar, ainda exigiu metade da casa. Resultado: a casa foi dividida e foram colocadas duas entradas para ruas diferentes, para que o irmão mais velho nunca mais visse a cunhada junto com o seu irmão mais novo.
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