Grécia - Meteora

Um dos lugares mais incríveis do mundo!

 

 

Meteora

Parti da Bulgária em direção à Atenas, na Grécia, distante aproximadamente 790 km. Fiquei feliz ao cruzar a fronteira grega, pois, além de chegar ao 23º país, pelo nosso planejamento, após correr a maratona de Atenas, em novembro, será aqui o encerramento "simbólico" do nosso primeiro ano de viagem na Europa.

Interessante que, na primeira placa antes da fronteira, na saída de Kulata (a última cidade da Bulgária), o nome da Grécia está escrito em grego e em inglês, no entanto, na segunda, já dentro do país, consta o nome de Hellas.  

grecia-fronteira-site.jpgChegando na fronteira com a Grécia

Na verdade, a palavra Grécia no idioma grego significa Hellas que é a tradução de Hélade. Um detalhe que eu não sabia era que o nome oficial da Grécia é República Helênica. Mas o país é conhecido pelo nome de Hélade desde a Antiguidade Clássica, ou seja, da época da civilização helênica. Os gregos fazem questão de preservar essa identidade e se autointitulam "helenos". 

grecia-fronteira-hellas-site.jpgJá em território helênico ou grego

Como cruzei a fronteira no final da tarde, após passar por Serres, a primeira cidade grega, aproveitei para ir descendo pela principal rodovia do país (E75/A1), em direção à Larrisa, distante 230 km, onde estacionei para dormir. 

Como oitenta por cento do território grego é composto de montanhas, as estradas são repletas de subidas e descidas. É óbvio. Mas se não bastasse isso, elas também são muito sinuosas, inclusive a E75/A1. No entanto, as pistas são excelentes. É claro que para isso se paga um preço e, no caso do motorhome, por causa da altura, este preço é um pouco mais caro do que os carros pequenos.

Em pouco mais de 300 km rodados, foram diversos pedágios, com valores oscilando entre 4,90 e 9,90 euros. Aqui, depois de Portugal, está sendo o país com maior quantitativo de pedágios que já passei. Mas isto já faz parte do "pacote" da viagem.

No dia seguinte parti em direção à Kalampaka, que é a cidade base para se visitar Meteora. Como a cidade fica em uma planície, antes de se chegar nela já é possível se ver os gigantescos pilares de arenito onde estão localizados um dos maiores e mais importantes complexos de mosteiros do Cristianismo Oriental (conjunto das tradições e igrejas cristãs que se desenvolveram nos Balcãs, na Europa Oriental, na Ásia Menor, no Oriente Médio, na África e na Índia).

Meteora é um desses lugares incríveis do mundo! Quando se chega aqui parece que estamos em um cenário de fantasia! O nome, em grego, significa "suspenso no ar" ou "no meio do céu". E é exatamente esta impressão que se tem quando se olha, lá de baixo, para esses mosteiros (ou monastérios) construídos nos topos dos picos, a mais de 500 metros de altura!

Antes do século XI muitos monges cristãos ascetas (ermitões) já viviam nas cavernas desses penhascos, pois para eles, não bastava "somente" uma vida austera e solitária. Literalmente, eles queriam ficar "mais perto de Deus". 

No entanto, a partir do século XII, para fugirem dos ataques do Império Otomano (turco), eles começaram a construir os mosteiros. O difícil acesso era sua proteção, pois, para subir até lá, nada de escadas, só cordas. E assim eles sobreviveram por muitos anos, com doações da comunidade e isolados do resto do mundo.

No passado, existiam 24 mosteiros, mas, atualmente existem apenas seis. Infelizmente a maioria deles foi abandonada ou deixaram de existir, pois muitos monges foram morrendo e, também, porque não havia mais a mesma quantidade de pessoas interessadas em seguir o tipo de vida que eles levavam. 

Como eu coloquei no Maps.me para localizar Meteora e não Kalambaka, acabei entrando na planície por Kastraki. Embora ela seja uma vila de Kalambaka, é por ela que a maioria dos veículos acessam os mosteiros.

Assim, no dia seguinte, parti em direção aos famosos mosteiros suspensos de Meteora. Como a subida era muito íngreme e sinuosa, preferi estacionar o motorhome um pouco antes e seguir, a pé, em direção ao primeiro mosteiro.

Após uns 500 metros de caminhada cheguei à base do Roussanou (Santa Bárbara). De lá, olhando para o alto, fiquei imaginando que logística teria sido utilizada, no século XII, para transportar o material e construir um mosteiro como este no topo de um penhasco.

Foram Joasaph e Maximos, dois irmãos de Épiro que o construíram sobre as ruínas de uma antiga igreja. Dois dos seis mosteiros são administrados por freiras. Este é um deles.

grecia-meteora-site.jpgMosteiro Roussanou, em Meteora

Como era o primeiro, eu não achei o acesso tão difícil. São várias escadarias, mas, devagar, é possível subi-las confortavelmente. Para mim, tanto o exterior como o interior são lindos, embora, internamente, ele seja bem pequeno. 

grecia-meteora-monjas-site.jpgInterior do mosteiro Roussanou, em Meteora

Após, na sequência, subi mais um pouco a montanha e, dobrando à esquerda, caminhei na direção onde estão localizados mais dois mosteiros. O primeiro deles é o Varlaam, que foi fundado por Theophanis e Apsaradas Nektarios, mas, quem realmente utilizou como mosteiro pela primeira vez, foi o asceta chamado Varlaam, por isso foi colocado o nome dele no mosteiro.

grecia-meteora-5-site.jpgMosteiro Varlaam, em Meteora

Ele é o segundo maior mosteiro do complexo e tem uma vista externa muito linda. No entanto, para mim, o acesso a ele é um dos mais difíceis, pois é necessário atravessar uma pequena ponte, a mais de 400 metros de altura, ligando dois penhascos.

grecia-meteora-7-site.jpgVista externa do mosteiro Varlaam, em Meteora

Muito próximo dele, está localizado o Megalo Meteoro (Great Meteoron) ou Metamorfose (Metamorphosis), conhecido por ser a primeira igreja da Transfiguração. Além de ser o primeiro a ser construído, ele também é o mais conhecido de todos.

Ele foi fundado por Athanasios do Meteorito, no alto de um penhasco de 549 metros de altura  onde havia um grande número de grutas transformadas em celas, as quais eram habitadas por anacoretas (ermitões).

grecia-meteora-9-site.jpgMosteiro Grande Meteoro, em Meteora

Reza a lenda, que este foi o primeiro mosteiro que as mulheres entraram. Houve um grande incêndio e os monges pediram socorro. As mulheres foram as primeiras a correr para acudi-los com baldes de água. O curioso foi quando elas chegaram à porta do monastério. Os monges ficaram numa dúvida cruel: perder tudo queimado ou quebrar uma regra centenária e deixá-las entrar. Para o bem dos monges e do mosteiro, eles optaram em deixar as mulheres entrarem.

grecia-meteora-15-site-3.jpgMegalo Meteoron, em Meteora

No dia seguinte, optei por subir a montanha pelo lado de Kalambaka. Subindo por lá, o primeiro mosteiro que visitei foi o Agia Triada ou Santíssima Trindade (Holy Trinity) que foi fundado pelo monge Dometius.

A subida é muito íngreme, pois são mais de 400 metros de algura, mas, lá do alto, a vista é, literalmente, de tirar o fôlego.

grecia-meteora-santissima-ideal-site.jpgMosteiro Santíssima Trindade, em Meteora

Este mosteiro ficou conhecido internacionalmente depois que James Bond, o famoso agente secreto 007, criado por Ian Fleming, o utilizou para as filmagens de "For Your Eyes Only".

grecia-meteora-santissima-e-eu-site.jpgVista do mosteiro Holy Trinity, em Meteora

A menos de um quilômetro de distância, encontra-se o outro mosteiro administrado por freiras: o Agio Stefano (São Estevão). De todos, é o que possui o acesso mais fácil, pois os carros, praticamente, estacionam na porta.

grecia-meteora-sao-stefens-ideal-site.jpgMosteiro Agio Stefano, em Meteora

De lá, é possível se ver toda a planície onde está localizado o povoado de Kalambaka, uma das bases dos passeios.

grecia-meteora-vista-de-kala-site.jpgVista de Kalambaka, do mosteiro Agio Stefano

Por fim, o sexto mosteiro do complexo: o São Nicolau (St. Nicholas). Ele foi construído por Dionysious, o Metropolitano de Larissa. Ele é bem pequeno, mas, de lá, a vista é linda.

grecia-meteora-3-site.jpgMosteiro de São Nicolau, em Meteora

 

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Abaixo, na Galeria, outras fotos de Meteora.