Maratón Montevideo - Uruguai - 10/4/2016

1º Desafio Internacional

Após ter corrido minha primeira maratona, no Brasil, em 2015, comecei a pensar em novos desafios, agora internacionais. Analisando o calendário de maratonas na América do Sul, para 2016, a que eu achei mais interessante foi a de Montevidéudenominada Maratón Montevideo.

Talvez pelo fato de ter nascido e morado muitos anos no Rio Grande do Sul, existisse uma certa simpatia pelo Uruguai por ser uma das fronteira do Estado. Além disso, embora ainda não tivesse visitado Montevidéu, já tinha visitado algumas cidades na fronteira e tinha gostado do que vi.

Reflexão e integração

Quando estava preparando o material, por um momento, refleti sobre o objetivo da viagem: correr uma maratona internacional! Fisicamente, na bagagem, eu estava levando apenas o essencial para uma corrida: tênis, meias, calcanheiras, calção e uma regata reserva.

No entanto, mentalmente, eu estava levando uma série de pensamentos positivos, os quais, se fosse possível traduzi-los, seriam sinônimos de qualidade de vida. Entre eles, estavam: controle da alimentação, disciplina nos treinos, controle de peso e consumo moderado de bebidas. Fiquei feliz! Deram-me a certeza de que, além de ir fazer algo que gostava, estava no caminho certo em direção a uma vida saudável!

Na véspera de uma corrida, uma das prioridades é a retirada do kit. Eu diria que é o segundo maior momento de integração dos participantes. O primeiro, sendo dúvida, é o dia da corrida. No entanto, na retirada, normalmente, encontramos alguém conhecido ou quando isto não acontece, acabamos conhecendo e fazendo amizade com outros atletas.

Após a retirada, alguns aproveitam para fazer um tour pela cidade e outros preferem descansar. Eu prefiro a primeira opção. Nessas andanças, acabei conhecendo algumas integrantes de um grupo de corridas do Piauí. Da maratona, poucas iriam participar. A maior parte delas iria participar da meia, que também estava prevista para o mesmo dia.

Conforme combinado no dia anterior, no dia seguinte, às 6h, já estávamos reunidos no hall do hotel onde elas estavam hospedadas, o qual ficava próximo ao meu, ambos na Ciudad Vieja.

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"Desconcentração" no hotel, antes da maratona, com a equipe do PI - Foto: Recepcionista

Saímos, já em ritmo de aquecimento, em direção ao Palacio Legislativo, local da largada, distante, aproximadamente, uns 2 km. Pontualmente, às 7h, quando o dia estava clareando, foi dada a largada.

Escolha correta e visual lindo

Durante a corrida tive a certeza de que a minha escolha por correr em Montevidéu tinha sido a correta. A altimetria, ou seja, a diferença de níveis no percurso, era mínima. Este foi um ponto extremamente importante para quem, como eu, estava correndo apenas a segunda maratona.

Pelo itinerário, estava previsto percorremos, aproximadamente, 22 km na ida e, 20 km, na volta. Para minha surpresa, passamos por 3 pontos de música, ao vivo, no entanto, não foi possível parar para curtir nenhum deles.

Outro ponto positivo foi o percurso: praticamente todo na rambla - equivalente aos nossos calçadões existentes nas cidades litorâneas. Para acrescentar, do outro lado, o lindo visual do Rio de la Plata, o qual, de tão grande, não se consegue visualizar a outra margem.

Assim, acabei conhecendo toda a orla de Montevideu literalmente "correndo”, pois, após a largada na Plaza Intendencia, peguei a rambla em direção a Playa Carrasco, passei pelas playas Ramirez, Pocitos, Buceo, Malvin e Honda, até o Hotel Carrasco, localizado na praia de mesmo nome. Lá, retornei até o local da chegada, onde, coincidentemente, foi o local da largada. 

Em relação ao clima, se por um lado a temperatura entre 17 e 19 graus, foi uma aliada, para quem estava acostumado a treinar sob altas temperaturas, que é o meu caso; por outro, o vento foi um adversário cruel.

Com uma velocidade de até 38 km/h, em alguns momentos parecia que ele realmente estava disposto a impedir os atletas de correr. Mas mesmo assim, terminei a prova com um tempo de 4h14min, muito próximo da média de 6 min por km.

Estava feliz, por ter concluído minha segunda maratona e por ter conquistado minha primeira medalha internacional!

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Com a medalha ao final da primeira maratona internacional - Foto: Julia/Uruguai 

Para comemorar, eu e a equipe toda do grupo de corridas do Piauí, fomos ao famoso Mercado del Puerto, saborear o tradicionalíssimo churrasco uruguaio, o qual foi acompanhado, por alguns, da legítima cerveja Nortenha e, por outros, entre eles eu, pelos excelentes vinhos uruguaios.

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Comemoração, no Mercado del Puerto, com o grupo de corrida do Piauí - Foto: Garçon