Polônia - Tatra
As montanhas preferidas do Papa João Paulo II
Montanhas Tatra
Monte Kasprowy Wierch
Após sair de Oswiecim, "desci" com o batimóvel em direção ao sul da Polônia, mais precisamente rumo à Zakopane, distante 128 km.
Esta cidade pode não ser a mais charmosa do mundo, mas é o melhor trampolim para quem quer conhecer as famosas montanhas Tatra, que dividem a Polônia e a Eslováquia. Com sua arquitetura em estilo "montanhês", ela tem atrações para quase todas as estações do ano. No inverno, as opções são as pistas de esqui e, entre a primavera e o outono, as opções são os trekkings, ou seja, caminhadas nas montanhas.
Localizada em um grande vale entre as montanhas Tatra e a colina de Gubalówka, Zakopane é conhecida como a Capital de Inverno da Polônia. Ela recebe cerca de 3 milhões de turistas por ano!
Tatra, carinhosamente chamadas de "minhas montanhas" pelo Papa João Paulo II, eram consideradas "o sítio amado" dele. Quando jovem, ele fazia grandes passeios por aqui. No verão, eram caminhadas com grupos de jovens e, no inverno, ele esquiava.
Conforme mapa abaixo, existem opções para todos os tipos de turistas e aventureiros, dependendo, é claro, do condicionamento físico e da disposição de cada um.
Como já estava no início da tarde, optei por fazer uma das trilhas mais curtas. Segundo os nativos, era possível subir até Polana Kalatówki (o nome que escrito dentro do círculo de linhas pontilhadas na parte inferior do lado direito do mapa), em até 1h30min de caminhada.
Como existia a opção de caminhar pela trilha ou pela estrada, eu preferi ir pela primeira, pois, imaginei que o caminho seria mais bonito. E acertei! Além da trilha em si, as paisagens são lindas!
Nessa época do ano, são dezenas de montanhistas desafiando as rochas escarpadas dessas montanhas. Os principiantes, como eu, sobem somente até Polana Kalatówki. No entanto, os mais experientes, ou mais aventureiros, sobem até o monte Giewont.
É claro que aí a brincadeira já se torna bem mais séria, pois são, em torno, de 4 horas de uma caminhada íngreme para chegar até esse monte, que é considerado um dos pontos mais altos da montanha, com 1.909 metros!
No alto do monte Giewont existe uma cruz que "contempla" as cidades de Zakopane e Cracóvia. Com 15 metros de altura, ela foi um presente do povo de Zakopone no aniversário de Jesus Cristo, no ano de 1900.
Reza a lenda que este monte é um "Cavaleiro Adormecido". Deitado, ele vigia não só Zakopane, mas toda a Polônia e, em caso de perigo, ele acordará para socorrê-las!
Quando cheguei ao meu destino, ou seja, Polana Kalatówki, começou a chover torrencialmente. Assim, eu e todos que estavam naquela área, fomos para dentro de um chalé que existe lá. Era o momento de fazer um lanche e esperar a chuva passar.
Quando ela cessou, como eu não estava muito cansado, aproveitei para treinar um pouco. Desci a montanha correndo. Se, na subida demorei em torno de 1h, na descida, foi pouco mais de 20min.
No dia seguinte, optei por subir até o topo do monte Kasprowy Wierch. São 1.987 metros de altura! Confesso que não é muito o meu forte, mas, para curtir belas paisagens, vale a pena, até mesmo o "sacrifício" de encarar um teleférico.
Na verdade, o passeio no teleférico denominado Kasprowy Wierch Cable Car já é em si, uma grande atração, e proporciona uma experiência inesquecível, pelo menos, para mim. Algo de tirar o fôlego!
A viagem até o topo do monte é dividida em duas partes, assim como o Pão de Açucar, no Rio de Janeiro, pois, tem uma pausa em Mislenickie Turnie, a 1.360m de altura, onde troca-se de teleféricos.
O percurso total é de, mais ou menos, 4 km, para um desnível de 1.987m, o qual o teleférico, transportando 60 pessoas, percorre em, aproximadamente, 12 minutos. A subida, principalmente no segundo estágio, é muito íngreme e emocionante!
Este monte, no inverno atrai os praticantes de esqui e snowboard de diversas partes do país, pois, para muitos, estas são consideradas as melhores pistas da Polônia.
Lá do alto, no terraço panorâmico, pode se apreciar tanto os Tatras poloneses como os eslovacos, incluindo uma vista deslumbrante do vale Gasienicowa e dos picos Swinica e Kriwan, este último na Eslováquia.
Aqui, no alto, fica nítida a presença da "mão" de Deus na criação da Terra, pois, as montanhas, além de serem lindas, são simetricamente perfeitas!
Do monte Kasprowy Wierch se pode começar várias caminhadas, uma vez que o lugar situa-se no meio de muitas trilhas. Ele é o pico mais popular e, ao mesmo tempo, o símbolo do esqui polonês, entre os praticantes deste esporte.
No terminal do teleférico, no alto do topo, existe um prédio com toda estrutura necessária aos turistas e montanhistas, ou seja, com sala de espera, toaletes, restaurante e até um posto de equipe de resgates. Em uma das paredes do prédio, estão fixados o nome e a altura do monte.
Como não poderia faltar, no topo, também está fixada uma placa em homenagem ao Papa João Paulo II, o qual amava estas montanhas.
Para mim, que ainda estava reflexivo, após conhecer os campos de concentração e extermínio de Auschwitz, visitar as montanhas Tatra foi um momento de renovação, tanto no aspecto físico, como no espiritual, pois além da beleza física, este local transmite muita paz e serenidade para aqueles que o visitam.
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