Polônia - Varsóvia

Varsóvia - Parte II

Conforme publicamos no post anterior (Varsóvia - Parte I), são as muralhas que dividem as Cidades Velha e Nova, ou Stare e Nowe Miasto, respectivamente, em polônes.

Na verdade, de nova, esta outra parte da cidade só tem mesmo o nome, pois ela foi construída no século XIV. No entanto, como naquela época Varsóvia não era unificada, nesta área, repleta de igrejas, monumentos e museus, funcionava uma outra cidade.

Assim, no dia seguinte, após atravessar as muralhas, a primeira igreja que visitei foi a de São Casimiro (Church of St. Casimir). Tanto o exterior, com sua cúpula esverdeada, como o interior, são lindos! No entanto, no dia em que passei lá, embora a porta principal estivesse aberta, na parte interior, existia um tipo de grade que impossibitava o acesso dos visitantes.

A estória de vida de São Casimiro é muito interessante. Ele foi um príncipe, no entanto, embora rodeado de todo o conforto, a vida dele sempre foi de severas penitências, incomuns entre os homens.

Citarei três fatos curiosos sobre sua vida: o primeiro, é que ele trazia sempre consigo um cilício (um tipo de corrente de ferro e cheia de pontas), para castigar seu corpo; o segundo, após 120 anos de seu enterro, ao abriram o túmulo, seu corpo estava intacto, inclusive, as vestes e, o terceiro, também no mesmo dia da abertura do túmulo, sobre seu peito, foi encontrada uma poesia à Santíssima Virgem.

Igreja de São Casimiro, em Varsóvia

Muito próximo dela, está localizada a linda Basílica da Virgem Maria a qual, pelo menos para mim, é uma das mais bonitas de Varsóvia. Além da construção em tijolos à vista, o seu interior foi eleito como um dos mais bonitos de todas as igrejas da Polônia. 

Basílica da Virgem Maria, em Varsóvia

Interior da Basílica da Virgem Maria, em Varsóvia

No fundo da igreja, existe uma linda imagem, de bronze, toda "estilizada" de Maria Sklodowska-Curie. Ela foi uma famosa cientista polonesa, pioneira no ramo da radioatividade, e a primeira mulher a ser laureada com um Prêmio Nobel. Além disso, ela foi a primeira pessoa e a única mulher a ganhar este prêmio duas vezes. 

Imagem de Maria Sklowowska-Curie, em Varsóvia

Seguindo meu roteiro, desci as escadas até chegar no Parque das Fontes Multimídias. Nos meses mais quentes do ano, ele justifica seu nome por ser um verdadeiro espetáculo multimídia de águas, luzes e som.

Fontes do Parque de Multimídia, em Varsóvia

Na cidade, existem vários pontos de memória que lembram os mortos do movimento de resistência judeu, denominado O Levante de Varsóvia. Para entender este movimento, temos que lembrar que durante a Segunda Guerra Mundial, a Polônia foi praticamente esmagada pelos dois maiores exércitos da época. De um lado, a Alemanha e, do outro, a União  Soviética.

Após 300 mil pessoas terem sido levadas do Gueto de Varsóvia para o campo de extermínio de Treblinka, os habitantes que sobraram no gueto decidiram que, como iriam morrer, pelo menos morreriam lutando com dignidade. Formaram uma resistência e se rebelaram.

Assim, aconteceu o Levante do Gueto de Varsóvia, cujo objetivo era libertar a cidade do controle da Alemanha nazista.

Monumento maior, em frente ao Memorial do Levante

Monumento menor, em frente ao Memorial do Levante

Símbolo do levante de Varsóvia

Na área onde foi ocupada pelo gueto, além do museu, existem memoriais que lembram as atrocidades sofridas pelo povo judeu.

Um desses memoriais ficou famoso, pois, foi em frente a ele, que o antigo chanceler alemão Willy Brandt, se ajoelhou e pediu perdão aos judeus pelas atrocidades cometidas, ao longo dos anos, pelos nazistas.

Monumento do Gueto, em Varsóvia

Após a visita aos memoriais, fui visitar o prédio mais alto de Varsovia... o Palácio da Cultura e da Ciência. Com mais de 230 metros de altura, este prédio foi construído pelos soviéticos na época da ocupação da Polônia. 

Embora toda revestido de estátuas de personagens famosos, entre eles Nicolau Copérnico, este gigantesco prédio acinzentado, não é bem visto pela população, principalmente, pelos mais velhos.

Afinal, que prazer eles teriam de ver este "monstro soviético" que apenas serve para lembrá-los dos massacres que aconteceram com seus conterrâneos? 

Palácio da Cultura e da Ciência, em Varsóvia

Na sequencia, sempre pela avenida principal, a Krakowskie Przedmiescie, cruzei pelo Palácio Presidencial (Presidential Palace), com seus lindos jardins simétricos. Por este palácio, já passaram muitos presidentes, inclusive, o carismático Lech Walesa.

Palácio Presidencial, em Varsóvia

Encerrei meu passeio no belíssimo Parque Lazienki, o maior parque de Varsóvia. Aqui, no verão, principalmente aos domingos, os habitantes da cidade aproveitam para assistir aos concertos, fazer piqueniques ou, principalmente, os jovens casais, para namorar sob às àrvores.

Praticamente dentro de um lago, está localizado o Palácio na Ilha (Palac na Wyspie). Construído em uma ilha artificial pelo rei Estanislau Augusto Poniatowski, para servir como residência de verão dos reis, ele é um dos mais importantes palácios da Polônia.

Embora não muito grande, ele é extremamente requintado, com um magnífico salão de baile, uma preciosa galeria de quadros, um interessante salão de banhos, além de outras verdadeiras jóias arquitetônicas.

Palácio na Ilha, em Varsóvia

Outro local muito visitado aqui no parque, é o monumento em homenagem ao músico e compositor clássico Chopin. No monumento, ele é representado sentado embaixo de uma árvore de metal, estilizada, com a aparência de uma mão.

Monumento em homenagem ao compositor Chopin

Vista do parque e do monumento ao compositor Chopin

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