Rússia - Moscou
Parte I - Uma cidade surpreendente
Moscou - Parte I
Quando saímos de São Petersburgo, nosso destino era Moscou, a capital do país. Rodamos 715 km em direção ao centro da Rússia. Com seus 17 milhões de km², ela é considerada, em extensão, o maior país do mundo.
Logo no início da viagem entramos em um desvio e, sem querer, mudamos de rota. Até aí, nada demais, pois o aplicativo GPS que usamos, o Maps.me (clique aqui), foi uma excelente sugestão da Aline, minha filha. Além dele funcionar off-line, tem sido, até agora, o nosso "salvador da Pátria", nessas andanças pelo mundo.
Ele sinalizou que a distância seria mais curta. E ainda bem que foi, pois, se dependêssemos das informações nas placas - veja o exemplo abaixo, certamente, não chegaríamos a lugar nenhum.
No entanto, pegamos um autopista pedagiada que, embora fosse supernova, praticamente, não existiam locais para abastecimento. Na verdade, as distâncias, literalmente, eram quilométricas, em torno de 70 a 80 km. Para completar, no primeiro "local de abastecimento" (pois não eram postos e, sim, algo como uns contêiners), a única bomba existente era de gasolina.
Embora tivéssemos combustível suficiente para chegarmos em Moscou, queríamos completar o tanque do batimóvel para evitar surpresas. Ainda bem, que no segundo "posto", distante, aproximadamente, 150 km - somando a distância do primeiro, existia uma bomba com diesel.
Se por um lado São Petersburgo é conhecida como a cidade russa "mais ocidentalizada", Moscou ainda mantém traços do poder da época da extinta União Soviética. Entre eles, certamente, estão a famosa Red Square (Praça Vermelha) e o Kremlin (no próximo post publicaremos sobre ele).
A Praça Vermelha se tornou famosa pelos grandes desfiles militares, lembram? A origem do nome vem da palavra krásnaia, que no russo antigo, além de significar vermelha, também significa bonita. Para nós, este último substantivo a representa muito melhor do que o primeiro. Aliás, a praça não é bonita... ela é linda!
A beleza começa bem antes de entrarmos nela. Com suas torres gêmeas, com águias douradas de duas cabeças, no topo, o impressionante Resurrection Gate (Portão da Ressurreição), com sua arquitetura marcante, é o local de acesso à praça. O nome refere-se à representação da ressurreição de Jesus Cristo acima dos dois arcos construídos em vermelho e branco.
No lado direito do portão, com seus tradicionais tijolos vermelhos, está localizado o belíssimo Museu Estatal da História. Mandado construir por Czar Aleksandr II, ele ordenou aos arquitetos para que a construção não se distinguisse do conjunto arquitetônico da Praça Vermelha e do Kremlin.
Nele, é possível conhecermos a história da Rússia, desde os tempos "pré-históricos" até os "últimos dias" da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS.
Agora sim, vamos acessar a famosa Praça Vermelha. Dentro dela, para cada lado que olharmos é um espetáculo à parte, mas a grande estrela, sem dúvida nenhuma, é a Catedral de São Basílio, o maior cartão postal da Rússia.
Em frente à catedral existe uma estátua, de bronze, em homenagem aos príncipes Dmitry Pozharsky e Kuzma Minin, que reuniram um exército de voluntários de toda a Rússia, e expulsaram da capital russa as forças da República das Duas Nações, sob o comando do rei Sigismundo III da Polônia.
Com suas 9 cúpulas coloridas, para lembrarem as chamas de uma fogueira elevando-se ao céu, esta famosa catedral ortodoxa russa parece mais um desenho daqueles famosos contos infantis.
Na parte central da praça, no lado esquerdo está localizado o GUM. Esta sigla é originada da extensão do nome Loja Universal Estatal, a qual, muito tempo atrás, foi um mercado de trocas. No entanto, hoje, totalmente revitalizado, ele é o maior shopping center de Moscou!
No lado esquerdo para quem entra na praça, está localizada a pequena, mas aconchegante Catedral de Kazan. Um detalhe interessante: quando a Praça Vermelha estava sendo preparada para a realização dos desfiles militares da extinta União Soviética, Josef Stálin, ex-ditador russo, ordenou que a praça ficasse livre de igreja.
No entanto, após a queda da União Soviética essa catedral foi a primeira a ser reconstruída, pois a imagem de Nossa Senhora de Kazan é uma das mais adoradas da Rússia ortodoxa.
O destaque, no lado direito da praça, é o Mausoléu de Lenin. No local, onde está guardado, faz mais de 100 anos, o corpo do líder da extinta União Soviética. Independente de posição política, visitar o local é um atrativo. Uma pena é que não é permitido tirar foto do interior do mausoléu.
Já no canto direito da praça, podemos visualizar a Torre do Salvador. Possui este nome pois existia uma imagem de Jesus Cristo na entrada. No entanto, após a revolução, esta imagem foi apagada e somente recolocada a partir de 2010.
Um detalhe interessante é que, além de seus 70m de altura e um imenso relógio, os seus sinos tocam o hino russo.
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